Obeso: os dados mostram que o excesso de peso é maior entre os homens
Lisandra Paraguassu, do Estadão Conteúdo
Em oito anos, o número de brasileiros adultos acima do peso subiu quase 10 pontos porcentuais e hoje a maioria da população já apresenta sobrepeso.
Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde sobre obesidade no País mostra que 52,5% da população adulta já tem excesso de peso, quando há nove anos eram 43% - um crescimento de 23% no período.
Desses, 17,9% são obesos. Apesar da estabilidade há três anos da obesidade, outros fatores de risco para as doenças crônicas têm crescido. Em 2014, 20% dos entrevistados declararam ter diagnóstico de excesso de colesterol.
As chamadas doenças crônicas, causadas por fatores de risco como alimentação ruim, consumo de tabaco e álcool, são responsáveis por 72% das mortes no Brasil, cerca de 700 mil por ano.
A pesquisa Vigitel faz o acompanhamento dos fatores de risco há nove anos e, entre fevereiro e dezembro de 2014, entrevistou por telefone 40.853 pessoas com mais de 18% em todas as capitais e no Distrito Federal.
Os dados mostram que o excesso de peso é maior entre os homens: 56,5% deles estão acima do peso, enquanto entre as mulheres o índice é de 49,1%.
O excesso também varia de acordo com a faixa etária. Entre 18 e 24 anos, a taxa é alta, de 38% da população, mas bem inferior a das pessoas entre 45 e 64 anos, que passa de 61%.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a boa notícia da pesquisa é que o Brasil não mostra mais uma tendência de crescimento disparado do sobrepeso e da obesidade, como ocorre em outros países, mas uma redução do ritmo.
"Parando de crescer vamos começar a poder trabalhar com metas de redução. Tanto nosso plano quanto o da OMS hoje é deter, porque a redução ainda é muito difícil", afirmou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda manter os índices de obesidade da população em 15%. No Brasil, nos últimos três anos, o número variou de 17,4% a 17,9%, mas, de acordo com o ministério, a variação está dentro da margem de erro da pesquisa.
O levantamento mostra ainda uma relação direta entre escolaridade e excesso de peso. Pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade têm menores frequências de obesidade, 12,3%. Com 0 a 8 anos de escolaridade, o índice sobe para 22,7%.
"Podemos creditar isso a mais informação, mais acesso a alimentação saudável e exercícios. Pode ser um fator importante no futuro para deter obesidade e excesso de peso", afirmou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta.