Os alimentos funcionais, além de nutrir, contribuem para a prevenção de diversas doenças. Saiba quais são e como inclui-los no dia a dia

Imagem: nutrisoft

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o significado de “saúde” como um estado de completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doenças ou comorbidades. Nesse caminho, a busca por viver bem aumenta cada vez mais, crescendo a procura por uma alimentação equilibrada. É diante desse contexto que os alimentos funcionais ganham evidência.

Muitas pessoas já ouviram falar sobre alimentação funcional, mas ainda não conhecem o assunto em profundidade. Para esclarecer o tema, trazendo-o mais perto da realidade de seus consumidores, aqui mostramos como a alimentação funcional pode ser aplicada na rotina e qual o seu impacto a curto e a longo prazo, pontuando também quais são os principais benefícios ao incluir esses alimentos no dia a dia. Confira!

Em primeiro lugar é importante entender o que caracteriza um alimento em funcional. A nutricionista Adriana Zanardo, explica que são os compostos bioativos que transformam o “alimento comum” em alimento funcional. “Estes compostos são encontrados na ‘comida de verdade’, ou seja, os alimentos funcionais são aqueles que oferecem benefícios à saúde relacionados à redução do risco de doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão, e não somente atendendo às necessidades nutricionais esperadas pelo seu grupo”, esclarece.A cozinha funcional está mais perto de nós do que se imagina. Existem diversos compostos bioativos presentes nos ingredientes utilizados no dia a dia.

“O azeite de oliva, a Chia em grãos, a Linhaça e o Gergelim, por conterem ômega-3, são alimentos que contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, pois esse nutriente tem uma ação específica nas vias relacionadas a esse sistema. O gergelim Branco é ainda rico em fibras, proteínas, ferro, fósforo, magnésio e ácidos graxos insaturados importantes para uma alimentação equilibrada. Já na soja, é possível encontrar a isoflavona, um composto bioativo que auxilia na regulação hormonal em mulheres na menopausa e na prevenção do câncer de mama.

As fibras solúveis e insolúveis também são poderosas para reduzir a glicemia, regular o funcionamento intestinal e, consequentemente, prevenir o câncer de cólon, além de ajudar no controle de peso. As fibras podem ser encontradas em Aveias e nas Quinoas, além de leguminosas como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, hortaliças (verduras e legumes) e frutas”, destaca.

No caso de pessoas com diabetes, o consumo de fibras é muito positivo. “A aveia, por exemplo, contém uma fibra chamada betaglucana, que ajuda no controle da glicemia, equilibrando o açúcar do sangue. Ao mesmo tempo, também age melhorando a circulação dos vasos sanguíneos, contribuindo para a prevenção e tratamento de aterosclerose e outras doenças relacionadas ao coração. Por isso, podemos dizer que a alimentação funcional pode até ser direcionada para um ‘alvo’ específico, mas os benefícios vão além e se espalham para outros lugares do corpo”, pontua a nutricionista. “De modo geral, ao escolhermos esse tipo de alimentação, também estamos consumindo boas fontes de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, vitaminas e minerais. Dessa forma, estamos nutrindo nossos corpos e contribuindo para maior bem-estar e vitalidade, além de reforçar as defesas naturais e prevenir doenças metabólicas e degenerativas a longo prazo”, conclui.

Quem pode consumir alimentos funcionais?
Todos podem se beneficiar da alimentação funcional ao inserirem esses alimentos na rotina, inclusive as crianças, desde que sejam respeitados fatores como, intolerâncias, sensibilidades, alergias etc.

Existe uma época certa para o consumo de alimentos funcionais?
Não existe uma época certa ou errada para priorizar o consumo diário de alimentos funcionais, pois todos os compostos bioativos estão presentes em alimentos muito nutritivos. Todavia, existem algumas situações em que esse ajuste na alimentação pode ser muito bem-vindo. A nutricionista explica que no inverno, com as variações na temperatura, podem aumentar os riscos de desenvolvimento de doenças: “Nesse período, enriquecer naturalmente a alimentação do dia a dia com escolhas que entreguem ’algo a mais’ pode ajudar muito”, comenta.

Períodos estressantes também são fatores relevantes ao iniciar uma rotina funcional. “Sabemos que o estresse pode prejudicar a imunidade. Então, assim como no quadro acima, é válido dar uma forcinha para as células de defesa, potencializando suas ações. Não existe uma regra, mas, sempre que o corpo estiver precisando de uma ‘ajuda extra’, seja para contribuir para o tratamento e/ou prevenção, recomenda-se priorizar a alimentação funcional”, complementa.

“Se possível, adote uma frequência diária para consumir alimentos funcionais. Quanto maior nossa frequência, melhor. Vale destacar que não precisa, obrigatoriamente, ser apenas um alimento em específico, já que muitos compostos estão presentes em mais de um alimento, então é possível variar as escolhas”, conclui.

Curiosidade: conheça os principais componentes funcionais e em quais alimentos encontrá-los

Isoflavonas: auxilia na regulação hormonal em mulheres na menopausa e na prevenção do câncer de mama.
Onde encontrar: Soja

Ômega 3: contribui para redução do LDL (colesterol ruim), tem ação anti-inflamatória e participa do desenvolvimento do cérebro.
Onde encontrar: azeite de oliva, chia, linhaça, abacate, peixes mais gordurosos, como sardinha, salmão, atum.

Catequinas: colabora para redução do risco de câncer e ajuda o sistema de defesa otimizando seu funcionamento e eficiência.
Onde encontrar: chá verde, uva roxa, cereja, amora, framboesa (frutas vermelhas, também chamada de berries).

Licopeno: tem importante ação antioxidante e contribui para redução de espécies reativas de oxigênio (compostos liberados por diversas causas no corpo que, em excesso, elevam a inflamação e a chance de desenvolvimento de doenças). Também auxilia na diminuição do risco de câncer de próstata.
Onde encontrar: tomate, goiaba vermelha, pimentão vermelho, melancia (alimentos avermelhados - vale destacar que quando aquecido, o licopeno tem aumento de sua biodisponibilidade, então o molho de tomate é uma excelente opção)

Luteína e zeaxantina: têm importante ação antioxidante, principalmente para a saúde dos olhos, pois são os únicos presentes no órgão, dentre todos os outros compostos do grupo de carotenoides.
Onde encontrar: folhas verdes escuras, ovo, pequi, milho (alimentos verdes-escuros e amarelo-alaranjados).

Indóis e isotiocianatos: contribuem para a prevenção do câncer, potencializando o funcionamento de células protetoras.
Onde encontrar: couve-flor, repolho, brócolis, rabanete, mostarda.

Flavonóides: ajudam na melhora da circulação devido a sua ação vasodilatadora. Também têm efeito anti-inflamatório e antioxidante.
Onde encontrar: frutas cítricas, tomate, pimentão, alcachofra, cereja

Fibras (solúveis e insolúveis): contribuem para o funcionamento intestinal e, consequentemente, prevenção do câncer de cólon. As fibras solúveis também ajudam na regulação da glicemia e no controle de peso.
Onde encontrar: aveia, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico), hortaliças (verduras e legumes), frutas.

Frutooligossacarídeos (FOS) e inulina: possuem ação probiótica, ou seja, são alimentos para as boas bactérias da flora intestinal, favorecendo seu funcionamento adequado, assim como a produção e liberação de hormônios relacionados ao bem-estar e ingestão alimentar.
Onde encontrar: chicória e batata Yacon

Sulfetos alílicos (alilsulfetos): ajudam a reduzir o LDL (colesterol ruim) e a pressão arterial.
Onde encontrar: alho e cebola

Lignanas: auxiliam na redução do risco e da evolução do câncer de mama.
Onde encontrar: linhaça

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