O que é Catapora?
A catapora (CID 10 - B01) é uma doença muito comum na infância causada pelo vírus varicela-zóster. Provoca bolhas avermelhadas com coceira e pode ser altamente contagiosa para aqueles que nunca foram acometidos antes ou para aqueles que não receberam a vacina. No entanto, uma vez exposto à doença, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

Também chamada de varicela, a catapora pode ser grave, especialmente em bebês, adultos e pessoas com sistema imunológico debilitado. A melhor maneira de prevenir a doença é recebendo a vacina tetravalente viral.

Qual a diferença de varicela e catapora?
Não há diferença entre varicela e catapora. Ambos termos se referem à mesma doença, causada pelo vírus varicela-zóster.

Causas
A catapora é causada pelo vírus varicela-zóster, um integrante da família do herpes-vírus, que também é responsável pela herpes zóster (doença conhecida como cobreiro) em adultos.

Transmissão da catapora
A varicela (catapora) é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou por meio de tosse ou espirro. Mesmo aqueles que estão infectados e não apresentam os sintomas da doença podem transmiti-la.

As pessoas costumam contrair catapora no inverno, pois a concentração de pessoas em ambientes fechados aumenta por causa do frio.

A catapora pode ser transmitida de pessoas com herpes zoster para outras que nunca tiveram catapora ou receberam a vacina contra a doença. Isso pode acontecer se uma pessoa tocar o local inflamado, desta forma ela acabará sendo infectada.

Quando uma pessoa é contagiosa?
Quando alguém é infectado, a catapora leva de 10 a 21 dias para se manifestar. As pessoas podem transmitir o vírus a partir de um ou dois dias antes de a doença irromper no corpo. Elas permanecem contagiosas enquanto as bolhas incrustadas estão presentes.

Se uma pessoa vacinada por catapora contrair a doença, ela ainda pode se espalhar para outras pessoas. Para a maioria das pessoas, obter catapora uma vez fornece imunidade para a vida.

Por que a gente só pega catapora uma vez?
Após ser contaminado com catapora, o paciente desenvolve anticorpos contra o vírus causador da doença. Por isso, depois do primeiro contágio, é muito raro pegar catapora mais de uma vez.

O mesmo acontece no caso da vacina: uma vez vacinado, a chance de contrair catapora é muito pequena.

Fatores de risco
Crianças de até 10 anos
Crianças são mais propensas a apresentar catapora, especialmente antes dos 10 anos. A doença costuma ser moderada, embora possam ocorrer sérias complicações em alguns casos. Portanto, adultos e as crianças mais velhas ficam mais gravemente doentes do que crianças menores.

Contato com pessoas infectadas
Ficar exposto ao vírus por meio do contágio com pessoas infectadas é o principal fator de risco para a catapora, especialmente se a pessoa nunca tiver contraído a doença e nunca ter sido vacinada.

Menos riscos de pegar catapora
Os filhos de mães que tiveram catapora ou crianças que receberam a vacina estão menos predispostas a se contagiar com a doença antes do primeiro ano de vida.

Caso a doença ocorra no primeiro ano de vida, ela costuma ser moderada. Isso se deve aos anticorpos presentes no sangue da mãe que protegem os bebês.

As crianças menores de um ano cujas mães não tiveram catapora nem foram vacinadas podem ter uma versão mais grave da doença.

Sintomas
Sintomas de Catapora
A infecção por catapora geralmente dura de cinco a 10 dias. Os primeiros sintomas da doença surgem, geralmente, um a dois dias antes das erupções características da catapora. Eles permanecem por cerca de quatro a cinco dias antes de desaparecerem completamente. Confira os principais sintomas da doença:
  • Febre
  • Surgimento de bolhas avermelhadas na pele espalhadas por todo o corpo (o número de erupções varia de 250 a 500)
  • Coceira
  • Mal-estar
  • Perda de apetite
  • Dor de cabeça
  • Dor de barriga.

As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo e se proliferam a partir daí. Em geral, o surgimento de pequenas bolhas no couro cabeludo confirma o diagnóstico.

Um ou dois dias depois, as bolhas ficam acinzentadas e viram crostas. Enquanto isso, uma nova onda de bolhas pipoca em grupos. Com frequência, a catapora surge na boca, na vagina e nas pálpebras.

Os sintomas mais graves da catapora são mais frequentes em crianças com sistema imunológico problemático. Isso pode ser resultado de uma doença ou de medicamentos, como quimioterapia e esteroides. Crianças com problemas de pele, como dermatite atópica, podem ter mais de 1.500 bolhas.

Buscando ajuda médica
Procure um especialista caso haja suspeita de catapora ou se seu filho for maior de 12 meses de idade e ainda não foi vacinado contra esta doença.

Diagnóstico e Exames
Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar a catapora são: 
  • Clínico geral
  • Pediatra.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Que sintomas você notou e quando apareceram pela primeira vez?
  • Alguém mais que você conhece teve sintomas comuns à catapora nas últimas semanas?
  • Você já tomou a vacina contra catapora? Quantas doses?
  • Você ou seu filho está sendo tratado ou foi tratado recentemente por outras condições médicas?
  • Quais medicamentos você ou seu filho estão tomando atualmente, incluindo medicamentos prescritos e de venda livre, vitaminas e suplementos?
  • Você está grávida ou amamentando?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para gordura no fígado, algumas perguntas básicas incluem:

  • Qual é a causa mais provável desses sintomas?
  • Existem outras causas possíveis?
  • Qual o tratamento que você recomenda?
  • Quanto tempo antes dos sintomas melhorarem?
  • Existem remédios caseiros ou passos de autocuidado que podem ajudar a aliviar os sintomas?
  • Eu sou ou meu filho é contagioso? Por quanto tempo?
  • Como reduzimos o risco de infectar outras pessoas?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Catapora
O diagnóstico de catapora geralmente é feito somente com exame físico. Uma simples análise do histórico médico e a observação dos sintomas, especialmente se há ocorrência de erupções na pele, já bastam para o médico realizar corretamente o diagnóstico.

Se houver dúvidas, poderão ser realizados exames de sangue e testes envolvendo a coleta de pele ou secreção nas próprias bolhas.

Tratamento e Cuidados
Tratamento de Catapora
Na maioria das vezes, manter a criança confortável enquanto o corpo combate a doença sozinho é o suficiente. Evite levar seu filho à escola ou à creche, uma vez que a doença é altamente contagiosa e outras crianças poderão ser infectadas.

Já foram desenvolvidos medicamentos antivirais seguros. Para que apresentem a melhor eficácia possível, eles devem ser ministrados em até 24 horas após o surgimento das erupções.

Em alguns casos, a catapora não exige tratamento, pois pode desaparecer por conta própria. Nesses casos, o médico poderá apenas descrever medicamentos para aliviar a coceira.

Medicamentos para Catapora
Os medicamentos mais usados para o tratamento de catapora são:
Aciclovir.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Convivendo (prognóstico)
Catapora tem cura?
O resultado costuma ser excelente em casos que não apresentem complicações. Encefalite, pneumonia e outras infecções bacterianas invasivas são complicações sérias, mas raras, decorrentes da catapora.

A maioria das pintinhas não deixa cicatrizes, a não ser que sejam infectadas por bactérias ao serem coçadas.

Depois da catapora, o vírus costuma permanecer dormente no organismo pelo resto da vida. Cerca de um a cada 10 adultos apresenta herpes-zóster quando o vírus é reativado em momentos de estresse.

Complicações possíveis
Apesar de a catapora ser uma doença comum, ela pode trazer algumas sérias complicações. Confira:

  • Herpes-zóster mais tardiamente
  • Mulheres com catapora durante o final da gravidez sofrem o risco de passarem a infecção congênita para o feto
  • Os recém-nascidos são mais suscetíveis a apresentar infecções graves caso sejam expostos ao vírus e a mãe não esteja imunizada
  • As bolhas podem causar uma infecção secundária
  • Encefalite é uma complicação grave, mas rara
  • Síndrome de Reye, pneumonia, miocardite e artrite transitória são outras possíveis complicações da catapora
  • A ataxia cerebelar pode surgir durante a fase de recuperação ou posteriormente. Esta doença é caracterizada por afetar o equilíbrio do caminhar.

Algumas pessoas com sérias complicações da varicela podem ficar tão doentes que precisam ser hospitalizadas. Além disso, a catapora também pode causar a morte, por isso é essencial seguir o tratamento corretamente.

Catapora x Gravidez
A catapora no início da gravidez pode resultar em vários problemas ao recém-nascido, incluindo baixo peso ao nascer e defeitos congênitos, como anormalidades nos membros. Uma ameaça maior para um bebê ocorre quando a mãe desenvolve catapora na semana anterior ao nascimento ou dentro de alguns dias após o parto, podendo causar uma infecção séria e potencialmente fatal em um recém-nascido.

Se você está grávida e não está imune à catapora, converse com seu médico sobre os riscos para você e seu feto.

os riscos para você e seu feto. Grávidas não podem tomar a vacina. Caso a gestante entre em contato com alguma pessoa doente, a recomendação é tomar imunoglobulina específica, disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs). 

Convivendo/ Prognóstico
As principais formas de conviver durante a catapora são:

  • Evite coçar as erupções, pois o contato com bactérias presente nas mãos e unhas pode causar complicações e deixar cicatrizes. Corte as unhas das mãos para evitar a “tentação”
  • Banhos de aveia com água morna deixam uma camada cascuda e confortável sobre a pele. Loções tópicas ou anti-histamínicos orais podem amenizar a coceira
  • Não dê qualquer medicamento a seu filho com catapora sem o aval de seu médico. Alguns medicamentos, como os corticosteróides, podem piorar em muito a evolução da doença, levando a graves consequências.

Prevenção
A catapora é uma doença transmitida pelo ar e é altamente contagiosa antes mesmo de aparecerem as erupções, o que torna sua prevenção difícil. No entanto, a vacina tetra viral e a vacina contra varicela fazem parte da rotina de imunização.

As crianças recebem duas doses da tradicional vacina contra catapora. A primeira dose é dada aos 12 meses de idade. A segunda dose deve recebida dos 15 aos 24 meses de idade
Pessoas acima de 13 anos que não foram vacinadas e não contraíram catapora devem tomar as duas doses da vacina, respeitando um intervalo de quatro a oito semanas.

Praticamente ninguém que toma a vacina chega a apresentar catapora grave ou moderada. Do pequeno número de crianças que contraíram catapora após receberem a vacina, apenas uma criança apresentou um caso moderado.

A vacina da catapora não necessita de um reforço posterior. Entretanto, uma vacina semelhante, mas diferente, recebida posteriormente reduz a incidência de herpes-zoster.

Fale com seu médico caso você ache que seu filho pode ter risco de complicações e possa ter sido exposto. Medidas preventivas imediatas podem ser importantes. A vacinação logo após a exposição ainda pode reduzir a gravidade da doença.

Referências:
Revisado por Dr. Sylvio Renan, pediatra - CRM: 24699
(1) Ministério da Saúde
(2) Sociedade Brasileira de Imunizações
(3) Sociedade Brasileira de Imunologia
(4) Sociedade Brasileira de Pediatria
(5) Sociedade Brasileira de Dermatologia
(6) Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
(7) Mayo Clinic

Qual a sua opinião sobre essa matéria?

أحدث أقدم