© DR Os pesquisadores usaram ratos para medir a relação entre as perdas de sono agudas ou crônicas e a sensibilidade a estímulos dolorosos 

Dormir mais ou tomar estimulantes como a cafeína aliviam mais a dor crônica do que analgésicos como o ibuprofeno e a morfina, defende um estudo divulgado nesta terça-feira (09).

O estudo, conduzido por investigadores do Hospital Pediátrico de Boston e pela Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, Estados Unidos, e publicado na revista científica Nature conclui que, em vez de tomar analgésicos, os pacientes com dor crônica poderiam beneficiar de melhores hábitos de sono, com medicamentos para as insônias, e com agentes que aumentem o nível de alerta durante o dia.

Os pesquisadores usaram ratos para medir a relação entre as perdas de sono agudas ou crônicas e a sensibilidade a estímulos dolorosos.

Segundo Chloe Alexandre, doutorada em fisiologia do sono, os ratos foram privados de sono com brinquedos e atividades, imitando o que ocorre com as pessoas que, por exemplo, reduzem as suas horas de descanso vendo televisão à noite.

A sensibilidade à dor foi avaliada através da exposição dos animais a quantidades controladas de calor, frio, pressão e capsaicina (componente ativo das pimentas) e medindo o tempo que estes demoravam a reagir.

"Descobrimos que cinco dias de privação moderada do sono podem agravar significativamente a sensibilidade à dor em ratos saudáveis", explicou Chloe Alexandre. 

Surpreendentemente, os analgésicos comuns, como o ibuprofeno, não bloqueiam a hipersensibilidade à dor induzida pela privação de horas de descanso.

Os resultados mostram que os pacientes que usam este tipo de medicamentos para aliviar a dor podem ter que aumentar a dose dos mesmos para compensar a menor eficácia devido à falta de sono, o que aumentaria o risco de efeitos secundários.

No entanto, a cafeína e o modafinil, estimulantes que promovem as insônias, inibem a hipersensibilidade à dor causada em ratos privados do sono, mas não tiveram efeito analgésico nos ratos que não viram as suas horas de descanso reduzidas.

"Isto representa um novo tipo de analgésico que não se tinha considerado antes, um que dependa do estado biológico do animal", disse o diretor do laboratório da investigação. Com informações da Lusa. 

Lusa

Qual a sua opinião sobre essa matéria?

Postagem Anterior Próxima Postagem